A história do café é antiga o suficiente para ninguém ter evidências reais e certeiras sobre ela. Das muitas lendas criadas em torno do consumo do grão, a mais aceita conta sobre um pastor chamado Kaldi, que vivia na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Ele observou que suas cabras mudavam de comportamento quando mastigavam folhas e frutos de um dos arbustos dos campos. Elas ficavam mais alegres e motivadas – sensações que hoje, para nós, são facilmente ligadas ao consumo de uma boa xícara de café.
Depois de dividir suas constatações com outro monge, decidiu experimentar um dos frutos. Primeiramente, ele os usou em forma de infusão e percebeu que a bebida o ajudava a resistir ao sono durante suas longas horas de leitura e oração. A história se espalhou rapidamente e todos quiseram provar da receita. De acordo com evidências históricas, a primeira vez que o café foi propositalmente cultivado aconteceu em monastérios islâmicos do Yemen.
Ainda hoje o café faz parte da vegetação natural da Etiópia. Foi na Arábia, no entanto, que o grão começou a ter importância comercial. O nome “café” teria sido originado – de acordo com outra lenda – da palavra árabe gahwa, que significa vinho. Conhecido como “vinho da Arábia”, o café desembarcou na Europa por volta de 1600, levado pelos turcos e daí em diante, dominou o mundo. Nessa época, o grão era cultivado a sete chaves pelos árabes e países como a Alemanha, a França e a Itália buscavam desesperadamente uma forma de ter um café para chamar de seu. Quando os holandeses finalmente conseguiram algumas mudas, o plantio do café se espalhou.
O café só entrou na cultura do brasileiro a partir do século XVIII, quando algumas mudas chegaram da Guiana Francesa e disseminada em toda a costa do país, chegando ao Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, o que tornou o país o maior produtor e exportador mundial do grão.